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From another world
Pt. 1
Estava eu, em uma espécie de ponte. Algumas pessoas aparentavam estar cativas a algum tipo de mal, porém de vestes compridas e brancas. Como camisolas de cetim. E cada grupo tinha uma pessoa, fazendo um papel de farol dos cativos, salvador ou ajudador. Mas era como uma pessoa normal, que sentia como qualquer outra, que falava como qualquer outra.
O salvador de nosso grupo, era um garoto, com aparentemente a minha idade, ou pelo menos proximo dela. Tinhamos também o segurança, o qual guiava os cativos até seu cais, e o julgador, que apenas nos seguia, e caia em gargalhadas vendo nosso
sofrimento.
Eu e meu grupo de pessoas, andavamos em direção a um dos cais dessa ponte. Cada grupo tinha o seu cais.
Em meu grupo, eu era a cativa, junto com uma garota japonesa, que aparentava infeliz, e sem esperanças.
Nós, cativos, estavamos fracos, muito fracos. Tão fracos, que se uma ventania viesse, nós eramos levados. E o segurança, para evitar o tal acontecimento, acorrentou a mim e Japonesa ao Salvador.
Eu me sentia completamente tomada por um sentimento de perdição e tristeza. Porém restava um pouco de esperança em mim. Reparava que o Salvador, apesar de triste por estar no meio de todo aquela sofrimento, tinha tanta esperança para distribuir...
Enquanto nós, cativos, dormiamos, o Salvador olhava-nos com um olhar esperançoso, de que iria conseguir nos tirar dali. Eu e a Japonesa.
No meio da madrugada, uma ventania forte chegou. O Salvador, desespero, se segurou em uma barra de madeira bruta, que sustentava nosso cais, para não deixar que fossemos levadas pela ventania. Eu estava desesperada, tentando lutar e resistir, para que minha vida não fosse voando pelos ares. Literalmente. Já Japonesa estava "tranquila" sem lutar, apenas estava submissa a ventania. O Salvador estava puxando-a, com tanta força, que começou a chorar. Não queria que ela partisse. Nenhuma de nós duas. Me emocionei com a cena. Dava pra ver. Ele nos amava, de verdade. Rogava pelas nossas vidas, de um jeito que palavras não são capazes de armazenar tal sentimento.
Quando amanheceu, olhei Japonesa com pena, e me paralizei, com seus sentimentos. Ela desejava a morte mais do que qualquer outra coisa, via apenas tristeza e perdição. Não havia esperanças mais. Não para ela.
Vi o julgador conversando com ela, com um sorriso irônico. Me preocupei. Olhei para Salvador, e o mesmo também olhava-a com tristeza, e anseio pela mudança.
Ao crepúsculo, fui conversar com o Salvador. Não fui capaz de conter minha curiosidade sobre o mesmo.
Perguntei-lhe seu nome, e qual seria o motivo de estar naquele lugar horrendo. Fiquei encucada com o "Porque" de um Salvador tão benevolente estar ali, junto a um segurança indiferente, e um julgador nocivo. "-Meu nome é Luiz, e o motivo de eu estar aqui, é para transmitir esperança a esses cativos. Me designaram vocês duas para salvar, e trazer esperanças, e assim que isso ocorrer, talvez consiga tirar vocês daqui. Mas sinto que estou falhando com a Japonesa." Disse o Salvador, entristecendo o olhar na mesma hora. "-Não quero deixar que a vida que agora está em minhas mãos partir para as do julgador."
Me senti íntima de nosso salvador. E cada vez mais, saindo da tristeza que me cativara naquele lugar. Deixando de ser cativa do mal, e passando a ser cativada pelo meu Salvador.
Estava anoitecendo, e eu como estava mais forte, fui buscar água para meu grupo, foi quando de longe vi o salvador soltando Japonesa das algemas. Ela estava mais fraca do que antes, não deveria ser solta... mas continuei olhando. Salvador estava chorando enquanto Japonesa caminhava para as mãos do julgador. A vi subir nas barras de madeira bruta, que sustentavam nosso cais, e ficando ao alto. Já sabia a decisão que estava prestes a tomar. Soltei a água, e fui correndo em sua direção, e vi que o Salvador fazia o mesmo, enquanto chorava muito e dizendo repetidamente, gritando "Não! Não faça isso, por favor. Volte para mim". Tarde demais. Japonesa se jogara do cais. Enfim ela conseguiu a liberdade que tanto desejava, sua tão querida e esperada morte.
Fui andando na direção do Salvador, para abraça-lo e tentar achar alguma força restante para consola-lo. Enquanto nos abraçavamos, choravamos, lamentado por mais uma vida perdida, que não havia aceitado a esperança que o Salvador lhe concedeu.
Agora só restara eu, o segurança, o julgador e o Salvador. Agora, ele era meu Salvador.
O julgador, partiu para outro grupo, ele viu que fracassara em sua tentativa de me derrubar. O segurança, ainda estava indiferente então seguiu o julgador.
O sol estava se pondo, e só restou eu e o Salvador em nosso cais. Os outros cativos estavam se liberdando , aos poucos cada um com seu Salvador. O que seria de nós, cativos, sem nosso salvador?
Fui conversar com o Salvador, parecia que poderiamos partir em mais ou menos um dia.
- Salvador, você me cativou, me libertou do lugar onde me aprisionavam contra meu querer. - Eu disse, me submentendo a ele.
- Pode me chamar pelo nome agora, pois não precisa mais de um salvador. Nós iremos embora, hoje ainda. Prezo pela vida dos cativos que ainda não foram capazes de se libertarem. E sinto falta da Japonesa... mas foi a decisão dela... Não tente se lembrar disso. Quando formos embora, tudo será esquecido, e só lembraremos como se fossem fatos ocorridos em uma outra dimensão.
Não tinha coisas a juntar para levar embora. Não tinha mais nada. Ele era a única coisa que eu tinha. Então, tendo apenas um ao outro, partimos.
Na saída da ponte, havia um homem alto, com olhos negros, e face severa, que tocou em minha cabeça e eu fui apagando aos poucos. Vi Luiz apagando também ao meu lado. facebook....From another world